É fato que a pandemia da Covid-19 tornou a cadeia de suprimentos mais complexa e dinâmica. Isso fez com que muitas empresas tivessem que tomar uma série de ações no longo prazo, como rever sua estratégia de suprimentos, redefinir fornecedores, entre outras. Porém as áreas de Supply Chain e PPCP também sentiram fortes impactos de curto a médio prazo, principalmente através da instabilidade no fornecimento de matérias-primas e componentes.
Na prática, você pode dar o máximo de robustez possível no seu processo de planejamento, com ações calculadas e antecipadas em relação aos cenários futuros desejados de produção e fornecimento, identificando as necessidades de materiais período a período e, inclusive, utilizando intervalos de confiança com bastante “gordura”, mas dos atrasos e cancelamentos de fornecimentos você não conseguirá fugir. Pelo menos não será possível no horizonte de alguns longos anos.
Mas e agora, José? Como lidar com uma mudança dessas de forma rápida e certeira?
Opcenter APS na Produção
Bom, pode-se dizer que essa é uma das principais vantagens que se pode ter ao se utilizar o Opcenter APS, especialmente se a falta de materiais é um fator crítico na sua indústria. Basicamente, a sua solução de Scheduling permite com que seja realizada a programação da produção não somente considerando os recursos produtivos, restrições de pessoas e ferramentas, mas também materiais.
Assim, você pode realizar a programação da produção de duas formas:
- Restringindo a produção futura à disponibilidade de materiais, e nos referimos à disponibilidade atual de fornecimento (os estoques), assim como a futura (ordens de compra a chegar);
- Não restringindo a produção futura à disponibilidade de materiais, gerando assim as necessidades líquidas de materiais, com base no cenário de produção programado.
Qual dos dois cenários é melhor? Ambos! Normalmente no curto prazo você não tem mais tempo hábil para ressuprimento, então o cenário 1 é o mais utilizado. Já no médio/longo prazo, você pode utilizar o cenário 2 para identificar as necessidades em cada período e gerar Requisições de Compra através dessas necessidades, já enxergando quando você realmente irá utilizar cada material com base em capacidade finita, muito melhor do que o resultado que um MRP poderia fornecer.
Agora, quando você está enxergando suas necessidades de curto prazo e nota que um atraso ou cancelamento irá impactar a sua produção e consequentemente o atendimento à sua demanda, alguma ação deverá ser tomada. Se for decidido não fazer nada, ao menos precisamos entender os impactos dessa inação. O exemplo abaixo mostra um atraso na chegada de um material e o atraso gerado caso não se faça nada.

Exemplo de Fornecimento em atraso que ocasiona postergação da produção e atendimento
No caso, vemos que isso ocorre devido à dependência dessa matéria-prima, que realmente era crítica, pois não tínhamos a totalidade do que necessitávamos em estoque (faltavam 121 unidades).

Módulo Explorador de Materiais mostrando a dependência com Ordem de Compra do exemplo anterior
Mas como lidar com a falta de matéria-prima na produção?
Bom, da mesma forma que existem regras de programação para determinar as prioridades e lógicas para programar ordens de produção nos recursos fabris, há regras de alocação de materiais. Ou seja, em casos de escassez de materiais, é possível definir que demandas (internas ou externas) consumirão estes. Essas regras podem ir desde um simples FIFO (first-in first-out), até lógicas mais sofisticadas que identifiquem clientes críticos que não podem ter suas ordens atrasadas e por isso possuem preferência no consumo de materiais, assim como a avaliação de matérias-primas alternativas, entre outros.
Obviamente se não tem material para ninguém, não é possível suprir nenhuma necessidade. Porém se há como atender parcialmente a demanda, é possível utilizar regras para alocar de maneira inteligente os materiais e minimizar eventuais perdas.
Por fim, essa alocação (o chamado pegging de materiais) também pode ser dinâmica. No exemplo abaixo, realizamos a reserva do estoque e da quantidade que chegará da Ordem de Compra para atender uma Ordem de Produção especificamente. Porém, podemos lidar com alocações fixas ou dinâmicas.
No curto prazo, essa reserva pode existir para evitar rupturas e garantir o atendimento que previmos, enquanto no médio e longo prazo pode-se recalcular estas alocações a cada vez que se realiza uma programação, tornando este pegging de materiais dinâmico. Ou seja, um estoque que atende hoje uma ordem, amanhã poderá atender outra. Uma Ordem de Compra que nasceu para atender X, pode vir a atender Y.
Com isso, temos sempre um recálculo inteligente que busca alocar os materiais (às vezes escassos) da melhor maneira possível, sempre de maneira integrada à programação da produção. Até porque não faria sentido olharmos para estas lógicas de materiais, anteciparmos uma alocação para atender um cliente prioritário, e no fim não ser viável pois há uma restrição de ferramental que impede a produção desse produto no prazo desejado.
Ou seja, a programação de produção e materiais deve ser integrada e dinâmica o suficiente para responder rapidamente à volatilidade de demanda e fornecimento que é cada vez mais presente na cadeia produtiva. Com essa conexão e uma visibilidade de um horizonte o mais extenso possível, podemos nos antecipar aos problemas e tomar decisões com uma visão mais sistêmica e estratégica.
E você, possui esse processo integrado?
Como você responde rapidamente a esse tipo de problema de fornecimento?
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